terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Um sonho qualquer.

Por: Rodrigo de Moraes Pinheiro


Hoje eu sonhei,
Sonhei e vi meus medos e desejos tomando forma,
Vi fogueiras de desejos queimando no meio de um mar de limitações.
Visualizei um Rodrigo, mas não era bem eu. Eu estava pequeno, eu era criança! Cercado por sombras com formas humanas, que cresciam ao chegar perto de mim, como quando um objeto que se aproxima da luz e sua sombra começa a tomar conta do ambiente.
essas sombras me carregaram e me jogaram por uma porta, caí com o rosto em terra.

Olhei pra trás e vi uma porta se fechando, a porta de uma casa. Era uma casa num penhasco. Como sempre sonhei. O penhasco dava direto pro mar.
Olhei pela fechadura dessa porta e não via nada, não haviam janelas, somente a porta...
Dei a volta na casa procurando uma entrada e não havia nenhuma, então caminhei pela beira do penhasco, Era um dia gélido com ventos mórbidos e som de solidão.

Uma voz doce me mostrava um mundo que sempre senti falta.
Uma existência que sempre neguei querer ou precisar.
Virei às costas pra um desejo, neguei a minha vontade de conhecer.

Havia um céu nublado que me trazia tempestades.
E essa tempestade trazia consigo algo novo, algo que talvez eu estivesse procurando sem saber, eu era como alguém que procura tristeza em um circo.
No sonho eu abri meus braços, a tempestade me tomou, e me levou pra um lugar que só eu conheço.

 Abria meus olhos numa praia deserta, sem sol, sem chuva, sem cheiro e nem cor. Olhei em volta e me deparei numa calmaria em meio à tempestade, no olho de um furacão. Ninguém conseguiria entrar ali. Era somente eu, a areia e um cofre no meio daquela ilha. 

Me aproximei do cofre, era um cofre de pensamentos, um cofre cheio de segredos. Sua fechadura me engoliu, e assim andei por suas engrenagens, fui oprimido por correntes e espaços apertados, até que empurrei uma trava e o destranquei.
Acessei uma parte há tempos esquecida dentro de mim, senti falta do que nunca tive.

No cofre estavam muitas coisas, todas soltas, e todas me lembravam algo. mas havia uma espécie de boneco amarrado e amordaçado. um boneco que nunca havia visto na vida, ou que pelo menos não me lembro.
Peguei esse boneco, e deixei o resto lá....
Com o boneco em mãos voltei meu rosto alegre para o mar.
Era exatamente o que eu procurava.

Quando acordei percebi e senti a ausência de alguém que nunca existiu. 
Minha vontade era ver.
Meu desejo era conhecer, e assim poder me conhecer.

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